O que significa o contraturno?

Certamente, antes de mais nada, aquele tempo, dentro ou fora da escola, destinado ao complemento de uma educação integral, significa o contraturno.

Assim, um tempo também pedagógico, pois, sobretudo, “contraturno”, envolve uma formação ampliada, em uma perspectiva da educação integral.

Ora, ora, o contraturno: dentro e fora da escola, não significa o tempo todo com atividades, em cursos, oficinas e estudos.

Sabemos que qualquer criança precisa brincar, ser criança, ter um tempo livre para si. Envolve aspectos afetivos, que englobam uma educação integral.

Contraturno: O tempo inverso da escola regular

Na escola regular, o tempo em que os pequenos passam sentados em uma cadeira, muitas vezes, se estende por horas demasiadas. Sobretudo, na mesma posição.

Portanto, faz-se necessário que o tempo inverso ao ensino regular, seja um tempo movimento. Assim, cursos e oficinas, devem ser cativantes, especulando os interesses e as singularidades de cada criança.

Os pequenos, estão em fase de crescimento. O que as crianças precisam muito, é tecer teias que exploram os sentidos, a psicomotricidade e o maior contato possível com a natureza.

Definitivamente, consideramos pensar sobre esse tempo inverso da escola regular. Em síntese, muitas famílias optam por deixar os filhos na educação integral das escolas. Parece o caminho mais fácil e confortável, quando não exige deslocamento.

Outra opção, o contraturno fora da escola.

Contraturno dentro e fora da escola x ser criança

Entretanto, já sabemos que muito além do estudo destinado as tarefas escolares, a criança precisa ser criança.

A princípio, o acompanhamento pedagógico, no estudo das tarefas escolares, torna-se indispensável, no contraturno. Contudo, ser criança, brincar livre, se faz primordial para um bom desenvolvimento infantil.

Sabemos que o tempo de concentração de uma criança não se compara ao tempo de concentração de um adulto. Mesmo as crianças que não frequentam escolas de educação integral, ou contraturno fora da escola, precisam ser ouvidas. Preencher todo o tempo livre com inglês, judo, reforço escolar, natação, pintura, entre outros cursos livres, todos os dias, pode ser estressante.

As crianças não são adultos. Os pequenos, não precisam ocupar todo o tempo de suas vidas infantis, tomados por trabalhos, estudos e compromissos.

Contraturno: dentro ou fora da escola, e agora?

Afinal, após um dia cansativo para as famílias, no fim do expediente, crianças precisam de banho, jantar e atenção. Quem vai estudar, acompanhar as tarefas escolares?

Em suma, para as famílias que trabalham fora, o tempo de acompanhar a agenda escolar dos filhos, fica limitado ao fim do dia. Essa hora, deveria ser um momento de integração entre os pequenos e seus responsáveis, sem contar com todas as obrigações do cotidiano.

Indica- se que no período de contraturno, os pequenos possam fazer as tarefas escolares e estudar. Contudo, vamos aprofundar, as práticas pedagógicas dirigidas, são significativas. Porém, sem esquecer, o melhor: o brincar livre. Concluindo, por uma infância leve, que se possível, remeta aos ritmos bucólicos, no resgate das brincadeiras antigas, em contato com a natureza.

Alargar o Olhar: contraturno e natureza

Tanto para um adulto, quanto para uma criança, ficar muito tempo fechado em uma única sala, entre paredes, limita o olhar. Um olhar alargado, no sentido de estender o pensamento, é aquele que não se limita as paredes, ora, amplia o potencial para a criatividade e imaginação.

Imagina você, adulto que está lendo esse texto. Faz um dia lindo. Você pode encerrar a leitura, sair para correr. Se preferir, pode caminhar. Sabe aqueles domingos, que pode passear no parque? Esse ritmo desprendido do relógio. Imaginar as horas, apenas olhando para o sol? Se desejar, pode deitar na grama e sentir o cheiro da terra, ver o balanço das folhas, as texturas das plantas, seguir com os olhos o movimento dos pássaros. Olhar para o céu. Tão longe, alargando o olhar. Isso, descansando o pensamento. Vamos esvaziar a caixa? Aprender a aprender viver melhor. Qual a sensação de olhar para o horizonte, o mar? Sim, é relaxante. O tempo todo, captamos e interpretamos imagens. Quando alargamos o olhar, ampliamos as possibilidades de enxergar. É um desliga e liga. Reconecta com a natureza.

Imagina se não desliga? Muitos adultos, estão assim, conectados o tempo todo. Ficamos tanto tempo presos em nossas gaiolas de concreto, que muitas vezes não percebemos um belo dia. Enquanto isso, para os pequenos, a natureza é necessária no sentido de explorar os movimentos e os sentidos do corpo, a imaginação e a criatividade. É um momento lúdico e não intencional. Simplesmente, é natural.

Contraturno: necessidades estruturais

Muda a figura do tempo lá fora, chove. Para tanto, precisamos contar com outras opções viáveis e confortáveis para os pequenos, quando o tempo ao ar livre fica inviável. Assim, não podemos ficar limitados a uma única sala, um único olhar.

Crianças de diferentes idades interagindo, é bem produtivo. Por outro lado, em muitos momentos, é necessário respeitar as peculiaridades de cada fase do desenvolvimento.

Indicamos uma distribuição do espaço, que possa contar com as necessidades das crianças por faixa etária. Nesse sentido, idade de creche até 3 anos, educação infantil 4 e 5 anos, bem como, do ensino fundamental, entre 6 e 10 anos.

Pequenos: 0 aos 3 anos

Para crianças entre 0 e 3 anos, a matricula em uma instituição de educação, ainda não se não se faz obrigatória.

Contudo, contamos como indispensável, para atendimento dos pequenos que frequentam os espaços não convencionais, algumas obrigatoriedades das escolas regulares, sendo:

  • uma sala com espaço de 2.20 metros quadrados / por criança, menor de 02 anos. Deve contar com o cantinho do sono, espaço para a troca de fraldas e o local para os brinquedos.

Os brinquedos guardados em salas diferentes, por faixa etária, se faz necessário. Pois, um pequeno entre 0 e 3 anos, por exemplo, não deve ter acesso aos brinquedos, como o Lego. As crianças nessa idade, podem levar objetos na boca, possivelmente, engolir, causando afogamento.

Outra questão importante, destaca a necessidade de mobiliário adequado para cada idade. Um pequeno com menos de três anos, deve ter mesinhas de tamanho menor. As mesas pequenas são ideais para as refeições. Entretanto, a maior parte das atividades dos pequenos, deve ser no chão, em um piso emborrachado.

Contraturno: entre 04 e 10 anos

Os jogos e brinquedos muito miúdos, devem ficar distribuídos em local especifico e seguro, em uma sala separada dos pequenos entre 0 e 3 anos. Esses jogos, deve ser destinado apenas para as crianças maiores de 4 anos.

Alguns, precisam de acompanhamento pedagógico, normalmente, os maiores de 6 anos. No contraturno, devem contar com uma sala especifica para os estudos, com livros e acesso direcionado as tecnologias, para as pesquisas escolares.

A sala ideal para cada pequeno, maior de 03 anos, necessita de espaço de 1.5 metros quadrados para cada criança. Essas são as normas destinadas para as escolas regulares.

Contraturno: dentro da escola

Certamente, além do acompanhamento nos estudos, a criança precisa de liberdade para explorar a autonomia, a criatividade e a espontaneidade. Ora, pois esse acompanhamento das tarefas escolares, como supracitado, é necessário. Porém, não deve se estender mais que uma hora, no máximo uma hora e trinta minutos.

Aliás, caso as crianças possam deslocar-se por vários espaços diferentes, com opções de atividades lúdicas e nem sempre dirigidas, é um ponto muito positivo. Quando os pequenos conseguem passar um longo tempo ao ar livre, em contato com a natureza, isso significa uma educação orgânica, que se preocupa com a liberdade da criança ser criança.

Nesse sentido, é fundamental que a rotina do contraturno, na escola integral, não seja a mesma do tempo regular. Todos os dias, os pequenos fechados em uma única sala, torna-se monótono.

Em conclusão, não é suficiente o pequeno ficar quase todo o tempo em um único ambiente. Não basta sair da sala de estudos do contraturno, apenas uma vez por dia para uma atividade de natação, judô ou inglês, por exemplo.

Contraturno: fora da escola

O que seria um contraturno fora da escola? Um espaço não convencional, que não apresenta ligação com o Ministério da Educação e Secretaria Municipal da Educação.

Para os contraturnos fora da escola, observamos como fundamental respeitar alguns critérios de funcionamento, estabelecidos para as escolas regulares, segue:

  • formação do profissional para atuar com os pequenos (cursos, licenciatura, formação específica),
  • coordenação pedagógica,
  • proposta pedagógica.

É significativo quando a criança conta com a oportunidade de escolher em participar de uma oficina ou atividade. Contudo, esse processo de escolha deve ser natural. O contraturno fora da escola, deve abrir a possibilidade de escolher participar de diferentes atividades, em diferentes tempos e ambientes. Assim, podendo escolher entre artes, jogos de tabuleiro ou fazer uma horta, por exemplo.

Desse modo, finalmente, observamos que partindo de uma proposta pedagógica significativa, em um ambiente aconchegante, acolhedor e seguro, se destaca um atendimento personalizado, singular.

Apontamos esse olhar alargado, no caso especifico dessa matéria. Primeiramente, destinando no fomento de um diálogo com os pais, educadores e instituições que atuam com crianças. Assim, para pensar os espaços sobre o contraturno escolar.

Contraturno A Pontee https://apontee.com.br

A Pontee

Rua Carlos Augusto Cornelsen, 252. Bom Retiro. Telefone: 41 – 30430372

Veja imagens do nosso contraturno, segue:

https://www.instagram.com/aponteeducativo/

Simone Brichta

Simone Brichta

Diretora Pedagógica - A Ponte - Ateliê Educativo. Mestre em Educação Brasileira - UFC. Especialista em Metodologias do Ensino das Artes - UECE. Especialista em Gestão Escolar - UFC. Psicopedagoga - UFC. Pedagoga - PUCPR.

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